Forte Bass (Imagem:IPHAN) |
Apesar de sua superioridade naval em relação aos portugueses o território era desconhecido dos batavos. Até que a mudança de lado de um intrigante personagem histórico conhecedor das terras pernambucanas mudará os rumos da guerra.
Domingos Fernandes Calabar foi de fundamental importância para o avanço das forças holandesas após 1632, pois até então estavam restritos a Olinda e Recife.
Porém no ano de 1635 Calabar é capturado em sua terra natal, Porto Calvo. Lugar este que ficava ao sul da Capitania de Pernambuco (o atual Estado de Alagoas era território da mesma).
A guerra entre luso-brasileiros e flamengos prossegue indefinida até a chegada do Conde Maurício de Nassau, em 1637, para administrar o território que estavam conquistando. Com ele vieram reforços e o mesmo passa a consolidar as conquistas, como é o caso de Porto Calvo (atualmente ao norte de Alagoas) que foi um lugar em que por várias vezes ficou sob o domínio das diferentes forças. Ali mandou construir uma fortificação, o Fortim Bass, que fica na ilha dos Guedes sendo margeada pelo rio Manguaba (Imagem acima).
A existência deste forte era conhecida por meio dos mapas e algumas referências históricas, entretanto sua localização ou sobrevivência era desconhecida, até que no 2015 durante uma pesquisa arqueológica o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) localizou o mesmo.
Desde o ano de 2017 o Instituto vem realizando sua restauração.
Em 1644 Maurício de Nassau retorna à Holanda e os seus substitutos não mantêm os mesmos parâmetros administrativos dele, causando insatisfação entre os luso-brasileiros. No ano de 1645 dá-se início a Insurreição Pernambucana, movimento de restauração do território para a coroa portuguesa.
Durante a guerra, que se estende até 1654, o território alagoano foi utilizado como fornecedor de mantimentos para as tropas luso-brasileiras bem como local de passagem das mesmas que se deslocavam a partir Bahia.
Terminada a guerra de restauração os engenhos em Alagoas se encontravam em péssimas condições deixando debilitada a sua principal fonte de rendimentos.
Conheça mais um pouco dessa história assistindo nosso vídeo:
Desde o ano de 2017 o Instituto vem realizando sua restauração.
Levy Pereira http://lhs.unb.br/wiki_files/O_Forte_Bass_na_cartografia_e_na_iconografia_v20180314.pdf |
Após a conquista de Porto Calvo os batavos continuaram rumando para o sul em direção ao Rio São Francisco até chegarem na vila de Penedo, também em Alagoas, forçando os luso-brasileiros a se retirarem da Capitania de Pernambuco, neste momento especificamente o atual estado de Alagoas. Em Penedo o Conde Nassau irá construir outra fortificação, o Forte Maurício. Porém este foi destruído durante a Insurreição.
O Conde João Maurício de Nassau-Siegen governou o Brasil Holandês de 1637 a 1644, sendo este período considerado "uma espécie de Idade de Ouro do Brasil holandês" pois constituiu "um interregno de relativa paz entre dois períodos de guerra"¹.
"O fato é que Nassau, 'príncipe humanista' e militar de excelente currículo,
estendeu o domínio holandês ao São Francisco, ainda em fevereiro de 1637,
fundando o Forte Maurício nas cercanias de Penedo. Em novembro conquistou
Sergipe del Rei; em dezembro, conquistou o Ceará, rico em sal e âmbar; e,
a nos depois em novembro de 1641, conquistaria também o Maranhão.
Por pouco não conquistou a Bahia, com uma esquadra de 30 navios, 3.600
soldados e mil índios tapuias."²
Em 1644 Maurício de Nassau retorna à Holanda e os seus substitutos não mantêm os mesmos parâmetros administrativos dele, causando insatisfação entre os luso-brasileiros. No ano de 1645 dá-se início a Insurreição Pernambucana, movimento de restauração do território para a coroa portuguesa.
Durante a guerra, que se estende até 1654, o território alagoano foi utilizado como fornecedor de mantimentos para as tropas luso-brasileiras bem como local de passagem das mesmas que se deslocavam a partir Bahia.
Terminada a guerra de restauração os engenhos em Alagoas se encontravam em péssimas condições deixando debilitada a sua principal fonte de rendimentos.
Conheça mais um pouco dessa história assistindo nosso vídeo:
Pontos turísticos em Porto Calvo:
Referências:
1 - MELLO, Evaldo Cabral de. O Brasil Holandês(1630-1654). Penguin Classics: São Paulo, 2010.
2 - VAINFAS, Ronaldo. Tempo dos Flamengos: a experiência colonial holandesa. In: FRAGOSO, João Luis Ribeiro; GOUVÊA, Maria de Fátima(orgs). O Brasil Colonial, V. 2(1580-1720). Civilização Brasileira: Rio de Janeiro, 2014.
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