segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Marechal Deodoro - Alagoas Colonial


A cidade histórica de Marechal Deodoro foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional(IPHAN) no ano de 2009. Precisamos lembrar que o nome da cidade é uma homenagem ao Marechal Deodoro da Fonseca, o mesmo que proclamou a República em 15 de novembro de 1889, natural deste lugar. 

Desta forma ao tratar-se do período colonial de nossa história é necessário rememorarmos sua toponímia conforme a época em referência. 

Os primeiros núcleos de povoamento se constituíram ainda no século XVI as margens da lagoa Manguaba. No lugar denominado de Taperaguá (atualmente bairro histórico do município)instalou-se a primeira povoação. Porém, o lugar se apresentou impróprio para manutenção da comunidade, desta forma foi transferida para um morro próximo formando outro núcleo de povoamento chamado de Nosso Senhora da Conceição.
Igreja Nosso Senhor do Bonfim
A povoação de Santa Maria Madalena é elevada a categoria de vila de Santa Maria Madalena da Lagoa do Sul, uma referência a Lagoa Manguaba, em plena guerra contra os holandeses em 1636.

Mas no ano de 1633 os holandeses já haviam estado no local realizando saques e incendiando o que não poderiam levar. Neste episódio os batavos foram guiados por Domingos Fernandes Calabar.

Os holandeses dominaram o nordeste brasileiro de 1630 a 1654, quando são expulsão por meio da Insurreição Pernambucana. O território alagoano foi conquistado com a chegada do Conde Maurício de Nassau em 1637, quando veio com reforços para consolidar as conquistas, avançar sobre mais territórios e administrar os domínios holandeses. 

Com o término da guerra contra os holandeses(1654) os engenhos encontravam-se bastante danificados, mas a produção açucareira será retomada e ocorre um crescimento no número de engenhos. A partir deste momento Santa Maria Madalena passa a adquirir uma centralidade política em relação as vilas de Porto Calvo e Penedo.

Elevada a categoria de Cabeça da Comarca, no ano de 1706, passa a ter autonomia jurídica em relação a Ouvidoria de Olinda. Mas continua subordinada politicamente ao governo pernambucano. Ficou conhecida por Comarca da Alagoas do Sul.

"Até então os governadores da capitania de Pernambuco mandavam ouvidores exercer jurisdição em Alagoas, sendo o último que teve semelhante encargo João Marques Bacalhau. Depois de elevada à comarca, ficou sendo sede a vila da Madalena, além do ouvidor, corregedor e comandante militar, juízes ordinários, camaristas e capitães-mores, três cargos que também existiam em Penedo e Porto Calvo."¹

Lagoa Manguaba ao fundo

Os alagoanos solicitaram em 1797 que a Comarca tivesse seu próprio governo, ou seja, tornar-se autônoma em relação a Pernambuco. Entretanto seu pedido não foi atendido, mas percebe-se que Alagoas já detinha características políticas e econômicas para sua emancipação.

Mas sua emancipação só viria em 1817, com sua elevação a Província, como reconhecimento por não ter participado da Revolução Pernambucana e ter prestado ajudas para combater a mesma.

"A 16 de Setembro do mesmo ano[1817], o governo sancionava o desmembramento levado a efeito pelo ilustre Ferreira Batalha. Alagoas entrava para a comunhão brasileira com os foros de capitania."²

Após a Independência do Brasil(1822), a vila de Alagoas do Sul é elevada à categoria de cidade e capital da Província de Alagoas. Porém, em 1839 a capital é transferida para Maceió em decorrência da ascensão econômica advinda do Porto do Jaraguá.

Em 1939 o nome da cidade foi alterado para Marechal Deodoro em homenagem ao proclamador da República, nascido naquela cidade.


Referências:
1 - BRANDÃO, Moreno. História de Alagoas. Artes Gráficas e Thypografia: Penedo(AL), 1909. Pág. 33
2 - COSTA, Craveiro. História de Alagoas. Comp. Melhoramentos: São Paulo, 1983. Pág. 88

MELLO, Evaldo Cabral de. O Brasil Holandês(1630-1654). Penguin Classics: Rio de Janeiro, 2010.
HELENO, Sebastião. Ecos Deodorenses. 2009.

http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/109/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Marechal_Deodoro_(Alagoas)



sábado, 15 de setembro de 2018

Povoamento de Alagoas

Mapa de Gaspar Barleus - 1647

Quando os portugueses chegaram ao território brasileiro, em 1500, eram seus habitantes os índios. O estado de Alagoas não se distingue dessa característica, nessas terras estavam os temíveis Caetés e os índios Potiguares.

Nos primeiros anos a coroa portuguesa enviou algumas expedições para reconhecimento das novas terras e para proteção desse território, contra outras nações, que pertencia a Portugal em decorrência do Tratado de Tordesilhas.


A primeira tentativa de efetivar a colonização do Brasil ocorreu por meio das Capitanias Hereditários. As terras eram concedidas a particulares que tinham por objetivo tomar posse, através do povoamento, e consolidar o território português além mar.


Carta de João Teixiera Albernaz de 1640

Foi desta forma que ano de 1534 o fidalgo português Duarte Coelho recebeu a Capitania de Pernambuco.

"A capitania de Pernambuco, que o rei D. João III fez mercê a Duarte Coelho, tinha sessenta léguas na costa do Brasil. Essa testada de terras começava na foz do rio São Francisco, ao sul do cabo de Santo Agostinho, e terminava no rio Santa Cruz, que cerca a ilha de Itamaracá. Na carta de doação, de 10 de março de 1534, está mencionado que o rio São Francisco pertencerá a Pernambuco, a sua margem esquerda, como também as ilhas que estejam no limite da demarcação.
A linha divisória deveria 'entrar na mesma largura pelo sertão e terra firme adentro tanto quanto puderem entrar e for de minha conquista'. Com essa afirmação, o rei D. João III estimulava o donatário a alargar e interiorizar a conquista tanto quanto for possível."¹

Temos, portanto, que o atual estado de Alagoas foi um território que estava inserido na Capitania de Pernambuco, ou seja, no contexto ao qual se refere esse texto estamos falando de um momento em que Alagoas não detinha autonomia administrativa, o que ocorre somente em 1817.

As primeiras investidas do donatário ao sul da capitania pernambucana (Alagoas) foi uma expedição até o rio São Francisco.

"Duarte Coelho... ao descer pela costa até o rio São Francisco encontrou muitos franceses que faziam o resgate do pau-brasil; guerreou contra esses, fez acordos de paz com chefes nativos, levando de volta índios que haviam sido escravizados por tribos inimigas. Amedrontados, muitos índios fugiram e lhes deixaram as terras."²

Os franceses mantiveram constantes atividades com os índios, principalmente negociando o pau-brasil. Nas terras alagoanas alguns lugares foram utilizados como portos, onde os franceses realizavam o contrabando da madeira. Um deles tem a sua toponímia até os nossos dias, a praia do Francês na cidade de Marechal Deodoro, litoral sul alagoano, é um fragmento deste período. 

O Forte Maurício do Penedo, em carta de Johannes Vingboons, 1665. Original no Nationaal Archief, em Haia, na Holanda.

O avanço efetivo sobre Alagoas ocorrerá com os descendentes de Duarte Coelho. Seus filhos Duarte de Albuquerque e Jorge de Albuquerque iram avançar sobre o sul da capitania pernambucana devastando as tribos indígenas, escravizando-as e fazendo alianças.

As margens do rio São Francisco estabelecem um povoamento denominado de São Francisco do Penedo, que é a atual cidade de Penedo, este é portanto um dos primeiros lugares que os portugueses se estabelecem em Alagoas.


Os índios Caetés tornaram-se os principais alvos para serem exterminados após o episódio com o Bispo D. Pero Fernandes Sardinha, quando o navio que este se encontrava naufragou na costa alagoana, precisamente em Coruripe, e sua tripulação foi devorada pelos nativos, até hoje os coruripenses pagam por este episódio

Foi a justificava que os portugueses precisavam para conquistar os índios e dominar o território.

"Duarte de Albuquerque... e seu irmão Jorge de Albuquerque em 1560 realizaram a primeira entrada para a conquista dos sertões do São Francisco. A tarefa inicial realizada reforçou algumas povoações existentes e fundou à beira do São Francisco a de Penedo. Nesse primeiro empreendimento, os conquistadores encontraram uma vigorosa reação dos índios caetés; e essa ação 'colonizadora' se transformou em ação militar de dominação e quase extermínio dessa nação."³

Foi assim que os portugueses iniciaram o seu povoamento no território de Alagoas. Exterminando algumas tribos indígenas, aliando-se a outras e combatendo os franceses. Com esta finalidade estabeleceram povoações que depois se tornaram vilas e atualmente são cidades.

Como é o caso das povoações de Bom Sucesso do Porto Calvo, Santa Luzia da Lagoa do Norte, Santa Maria Madalena da Lagoa do Sul( atual Marechal Deodoro) e São Francisco do Penedo.

Conheça mais um pouco dessa história em nossa aula
















Referências:
1 - FERRAZ, Maria do Socorro. A Sociedade Colonial em Pernambuco: A conquista dos sertões de dentro e de fora. IN: FRAGOSO, João Luis Ribeiro; GOUVÊA, Maria de Fátima. O Brasil Colonial: Volume 2(1580-1720). Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 2014. Pág.171
2- Idem. Pág. 174
3 - Idem. Pág. 188

BRANDÃO, Moreno. História de Alagoas. Artes Gráficas e Thypografia: Penedo(AL), 1909.
COSTA, Craveiro. História das Alagoas. Comp. Melhoramentos: São Paulo, 1983.
SILVA, Gian Carlo de Melo e GOMES, Gustavo Manoel da Silva. Memória, História e Cordel em Alagoas: teorias, práticas e experiências. EDUFAL: Maceió, 2014.
SURUAGY, Divaldo. Raízes de Alagoas. Imprensa Oficial - Graciliano Ramos: Maceió, 2014.





domingo, 2 de setembro de 2018

Holandeses em Alagoas

Forte Bass (Imagem:IPHAN)
No ano de 1630 os holandeses desembarcavam suas tropas em Olinda, precisamente na praia de Pau Amarelo, com um contingente de 7 mil homens e 67 embarcações.
Apesar de sua superioridade naval em relação aos portugueses o território era desconhecido dos batavos. Até que a mudança de lado de um intrigante personagem histórico conhecedor das terras pernambucanas mudará os rumos da guerra.

Domingos Fernandes Calabar foi de fundamental importância para o avanço das forças holandesas após 1632, pois até então estavam restritos a Olinda e Recife.
Porém no ano de 1635 Calabar é capturado em sua terra natal, Porto Calvo. Lugar este que ficava ao sul da Capitania de Pernambuco (o atual Estado de Alagoas era território da mesma).

A guerra entre luso-brasileiros e flamengos prossegue indefinida até a chegada do Conde Maurício de Nassau, em 1637, para administrar o território que estavam conquistando. Com ele vieram reforços e o mesmo passa a consolidar as conquistas, como é o caso de Porto Calvo (atualmente ao norte de Alagoas) que foi um lugar em que por várias vezes ficou sob o domínio das diferentes forças. Ali mandou construir uma fortificação, o Fortim Bass, que fica na ilha dos Guedes sendo margeada pelo rio Manguaba (Imagem acima).

A existência deste forte era conhecida por meio dos mapas e algumas referências históricas, entretanto sua localização ou sobrevivência era desconhecida, até que no 2015 durante uma pesquisa arqueológica o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) localizou o mesmo.

Desde o ano de 2017 o Instituto vem realizando sua restauração.


Levy Pereira
http://lhs.unb.br/wiki_files/O_Forte_Bass_na_cartografia_e_na_iconografia_v20180314.pdf
Após a  conquista de Porto Calvo os batavos continuaram rumando para o sul em direção ao Rio São Francisco até chegarem na vila de Penedo, também em Alagoas, forçando os luso-brasileiros a se retirarem da Capitania de Pernambuco, neste momento especificamente o atual estado de Alagoas. Em Penedo o Conde Nassau irá construir outra fortificação, o Forte Maurício. Porém este foi destruído durante a Insurreição.

O Conde João Maurício de Nassau-Siegen governou o Brasil Holandês de 1637 a 1644, sendo este período considerado "uma espécie de Idade de Ouro do Brasil holandês" pois constituiu "um interregno de relativa paz entre dois períodos de guerra"¹.

"O fato é que Nassau, 'príncipe humanista' e militar de excelente currículo, 
estendeu o domínio holandês ao São Francisco, ainda em fevereiro de 1637, 
fundando o Forte Maurício nas cercanias de Penedo. Em novembro conquistou 
Sergipe del Rei; em dezembro, conquistou o Ceará, rico em sal e âmbar; e,
a nos depois em novembro de 1641, conquistaria também o Maranhão. 
Por pouco não conquistou a Bahia, com uma esquadra de 30 navios, 3.600 
soldados e mil índios tapuias."²

Em 1644 Maurício de Nassau retorna à Holanda e os seus substitutos não mantêm os mesmos parâmetros administrativos dele, causando insatisfação entre os luso-brasileiros. No ano de 1645 dá-se início a Insurreição Pernambucana, movimento de restauração do território para a coroa portuguesa.

Durante a guerra, que se estende até 1654, o território alagoano foi utilizado como fornecedor de mantimentos para as tropas luso-brasileiras bem como local de passagem das mesmas que se deslocavam a partir Bahia.

Terminada a guerra de restauração os engenhos em Alagoas se encontravam em péssimas condições deixando debilitada a sua principal fonte de rendimentos.

Conheça mais um pouco dessa história assistindo nosso vídeo:






Pontos turísticos em Porto Calvo:







Referências:
1 - MELLO, Evaldo Cabral de. O Brasil Holandês(1630-1654). Penguin  Classics: São Paulo, 2010.
2 - VAINFAS, Ronaldo. Tempo dos Flamengos: a experiência colonial holandesa. In: FRAGOSO, João Luis Ribeiro; GOUVÊA, Maria de Fátima(orgs). O Brasil Colonial, V. 2(1580-1720). Civilização Brasileira: Rio de Janeiro, 2014.

Sites:



sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Revisão PMPE 2018

Revisão para o concurso da Polícia Militar de Pernambuco 2018 com resolução de questões UPENET.






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sábado, 18 de agosto de 2018

Interventoria de Agamenon Magalhães

Agamenon Sérgio de Godoy Magalhães(1893-1952) nasceu em Serra Talhada(PE), cursou a Faculdade de Direito de Recife. Foi deputado estadual em 1918 e deputado federal em 1924. Apoiou a Aliança Liberal, movimento que levou Getúlio Vargas ao poder em 1930.

Foi nomeado Ministro do Trabalho, em 1934, por Getúlio Vargas. Em 1937 é implantado  o Estado Novo(1937-1945), período ditatorial da Era Vargas(1930-1945). Nesse momento Agamenon Magalhaes é nomeado interventor em Pernmbuco, o mesmo que governador.

A repressão foi uma característica do seu governo, uma marca do Estado Novo. Ele priorizou a urbanização da capital e a agricultura. Aproximou-se dos trabalhadores por meio de programas educativos. Alinhado as medidas adotadas por Vargas, fez uso da imprensa como elemento de exaltação ao seu governo, fundou um jornal com duas tiragens diárias.

Uma categoria da sociedade que foi bastante reprimida foram os adeptos das religiões de matriz africana.


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domingo, 12 de agosto de 2018

Política dos Governadores e Voto de Cabresto

Voto de cabresto foi um instrumento de dominação política e social característico da Primeira República(1889-1930). Por meio dele o senhor local, comumente chamado de coronel, exercia o controle sobre a população local.

A política dos governadores foi instituída pelo presidente Campos Sales(1898-1902). Esse mecanismo de arranjo político será encerrado pelo golpe de 1930 com Getúlio Vargas.                                           

 Assista a aula sobre  Política dos Governadores e voto de cabresto 





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sábado, 11 de agosto de 2018

Tráfico de escravos, resistência escrava e herança afro-descendente

Aula sobre o tráfico transatlântico de escravos para Pernambuco, resistência a escravidão e herança afro-descendente para o concurso da Polícia Militar de Pernambuco 2018.
Com resolução de questões UPENET.








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segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Políticos Abolicionistas Pernambucanos

A partir de 1880 surgiram no Brasil muitas sociedades contra a escravidão, que tinham como objetivo básico angariar fundos para comprar cartas de alforria para os escravos. Em Pernambuco foram muitas, dentre elas se destaca o Clube do Cupim, parte daqueles que foram seus sócios e fundadores já participavam ativamente de outras associações que lutavam pela abolição da escravidão.

O Clube do Cupim, sob a liderança de João Ramos, um abolicionista cearense, estabeleceu uma rota para levar os escravos de Pernambuco para o Ceará, pois nesta Província a escravidão foi abolida em 1884.

Entre os nomes destacam-se José Mariano Carneiro da Cunha(1850-1912) e  Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo(1849-1910).

Assista a aula sobre os políticos pernambucanos que participaram do processo de abolição da escravidão.






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sábado, 4 de agosto de 2018

Crise da Lavoura canavieira

No  perído do Brasil Império(1822-1889) dois produtos agrícolas que tinham sido importantes no Período Colonial continuaram a ter grande relevância após a independência: o açúcar e o algodão. Mas o café surgirá e ultrapassará definitivamente o açúcar como o principal produto.

Ocorreram dois fatores que foram imprescindíveis para o declinio da lavoura açucareita: a concorrência com o açúcar de beterrada e a produção na América Central. Bem como a expansão do café no sudeste, que também contribuiu para a retração do açúcar no nordeste.


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domingo, 29 de julho de 2018

Revolução Praieira

Revolta de caráter liberal iniciada em Olinda(PE) no ano de 1848 e durou até 1850. Começou no dia 07 de novembro de 1848 quando os amotinados se deslocaram para o interior, foram para o norte, de onde partiram para Igarassu e Goiana.

Procuravam a área de influência de senhores de engenho liberais, como Manuel Pereira de Morais. Seu apoio fez com que no início o conflito ficasse conhecido por "guerra do Morais". Enquanto isso, a disputa de espaço na imprensa se acirrava com os artigos de general Abreu e Lima, o famoso general das massas, em ataques ao governo e as novas autoridades "guabirus". 

General Abreu e Lima
(Fundação Joaquim Nabuco)

Quando Herculano Ferreira Pena foi substituído, na Presidência da Província, por Manoel Vieira Tosta, foi intensificada a repressão aos liberais. Nessa ocasião, os deputados da "praia", liderados pelo desembargador Joaquim Nunes Machado, retornaram ao Recife, esperançosos de obter uma conciliação e a cessação da luta. Vieira Tostão, porém, mostrou-se intransigente, o que forçou a elite intelectual da praia a lançar um manifesto, no dia 25 de novembro, começando a parte mais intensa do movimento revolucionário.

Além desse aspecto de disputa política entre as elites, a praieira também foi um movimento de mobilização popular. Foi marcante nesse movimento os ideais do socialismo utópico. Apesar das condições dos revoltosos, depois conseguiram a anistia e retornaram a carreira política.


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História de Sergipe - Porto em Laranjeiras

Esclarecimentos sobre uma questão do concurso da Polícia Militar de  Sergipe 2018 sobre o Porto em Laranjeiras.

Questão IBFC.

Referências:

IPHAN

http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/357/

IBGE

https://cidades.ibge.gov.br/brasil/se/laranjeiras/historico


Prefeitura de Laranjeiras

http://www.laranjeiras.se.gov.br/ler.asp?id=769&titulo=monumentoshistoricos






Resolução das questões PMSE 2018






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terça-feira, 24 de julho de 2018

Confederação do Equador

A Capitania de Pernambuco usufruia de uma determinada autonomia administrativa, mas com a vinda da família real para o Brasil, em 1808, a corte instalada no Rio de Janeiro busca uma maior concentração de poder. Entre as motivações da Revolução de 1817 está essa perda de autonomia dos pernambucanos. Advinda a Revolução do Porto(Portugal), em 1820, e a independência em 1822 as possibilidades de mais autonomia poderiam se tornar realidade.

Entretanto, a atitude de D.Pedro I em dissolver a Asssembleia Constituinte, em 1823, e outorgar uma constituição leva a insatisfação dos pernambucanos, pois veem seus projetos de autonomia desfeitos através de uma atitude autoritária do imperador.

Sob a liderança de Manuel de Carvalho, um participate da Revolução de 1817 que foi exilado nos Estudos Unidos da América, foi proclamada a Confederação do Equador e instituída uma república que abarcaria as províncias do nordeste.

A Confederação do Equador se formou quando juntaram-se aos pernambucanos as províncias do Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. Foram tomadas as seguintes medidas: Convocação de uma Assembleia Constituinte para elaborar uma constituição com base na colombiana, suspensão do tráfico negreiro, o mesmo não chegou a ser abolido. O tema da escravidão foi o mais emblemático entre as lideranças, não permitindo que o movimento se tornasse coeso.

Execução de Frei Caneca
Murilo La Greca

As divisões intenas ao movimento, entre as elites haviam tendências diferenciadas, assim como o distanciamento destas em relação a massa popular contribuiu para a derrota do movimento. As tropas mercenárias, contratadas pelo imperador, comandadas por Lord Cochrane cercaram a província.

Depois da tomada do Recife pelas tropas mercenárias, Pais de Andrade refugiou-se em um navio inglês, enquanto os combatentes mais radicais resistiam em Olinda, liderados por Frei Caneca. A violenta repressão, financiada pelo capital inglês, foi responsável por debelar o movimento, prender seus principais líderes, que foram punidos severamente, dentre eles o próprio Frei Caneca que foi fuzilado após os carrascos se recusarem a enforcá-lo.


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domingo, 15 de julho de 2018

Pernambuco no contexto da Independência do Brasil

O contexto da Independência do Brasil é o período que os historiadores consideram a partir da vinda da família real para o Brasil, em 1808. 

Nesta aula abordaremos algumas características de Pernambuco no contexto da Independência do Brasil. Sendo considerado as circunstâncias que culminaram na formação da Junta de Goiana, Junta dos Matutos e a "Pedrosada".

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sexta-feira, 13 de julho de 2018

Revolução Pernambucana de 1817

A Revolução de 1817 também é conhecida por Revolução dos Padres, em decorrência da grande participação dos mesmos nessa revolta que ocorreu em Pernambuco e se espalhou por outras capitais.

Em 6 de março de 1817 o capitão de Atilharia José de Barros Lima, o Leão Coroado, matou o Brigadeiro Manuel Joaquim Barboza de Castro ao receber deste a voz de prisão por ordem do governador por ser considerado um dos promotores de agitação na Província de Pernamuco.

O governador se refugia na Fortaleza do Brum. No dia 7 a cidade está sob o domínio dos revoltosos. O governador se rende e é enviado ao Rio de Janeiro. É instituído um Governo Provisório composto por representantes de diferentes camadas sociais.

Paraíba e Rio Grande do Norte aderem ao movimento e cada uma monta uma junta governativa. Na Bahia o Padre Roma é executado. No Ceará a família Alencar não teve êxito no levante. A Comarca de Alagoas não apoia o movimento.

Bênção das Bandeiras da Revolução de 1817
por Antonio Parreiras

Estima-se que cinquenta padre e cinco frades participaram do movimento. Com o bloqueio do porto os alimentos começaram a ficar escassos no Recife e os desentendimentos das lideranças da revolução, principalmente em relação a escravidão, vão enfraquecendo a mesma.

Sem condições de resistirem os revoltosos se rendem. Alguns foram executados após a prisão tendo seus corpos esquartejados e tiveram partes expostas em diferentes cidade.

A Comarca das Alagoas é desmembrada de Pernambuco.

Após cerca de 75 dias, chegou ao fim, depois de sofrer dura repressão. Deixou evidente o enfraquecimento do sistema colonial, que viria mais tarde a ser percebido em outros movimentos, culminando com a Independência em 1822.

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quarta-feira, 4 de julho de 2018

História de Alagoas Povoamento - PM AL 2018

Aula sobre o povoamento do atual Estado de Alagoas no período em que os portugueses chegaram ao Brasil e foi estabelecida a Capitania de Pernambuco.
Concurso PM AL 2018.
Banca CESPE.






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segunda-feira, 2 de julho de 2018

Sociedade Colonial

A cana-de-açúcar constituiu o principal produto para a economia do Brasil colonial, ainda que após a expulsão dos holandeses entre em declínio, jamais desaparece. Permeando todo o período colonial com seus altos e baixos foi a principal engrenagem que movimentou esse período.

As relações entre metrópole e colônia eram baseadas no Pacto Colonial. Constituia um acordo unilateral imposto pela metrópole a sua colônia. Exclusivismo colonial é outro termo atribuído a esta relação. Cabendo a colônia o forneciemento da máteria prima.

Nesta aula abordamos a economia açucareira, as instituições eclesiásticas, a mão de obra escrava e sociedade colonial.





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História de Sergipe - Resolução questões PM SE 2018

Aula sobre a resolução das questões sobre a História de Sergipe do concurso da Polícia Militar de Sergipe 2018.
Banca IBFC.





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sexta-feira, 29 de junho de 2018

Guerra dos Mascates

Desde a expulsão dos holandeses(1654) do nordeste a economia açucareira entra em declínio. Com isso os senhores de engenho passam a representar uma classe em decadência.

Enquanto que os recifenses passaram a representar uma classe em ascensão, os comerciantes, ou como eram chamados pejorativamente, mascates. Esta era uma atividade bastante lucrativa. Além disso, sendo os portugueses esses mascates, eles detinham o monopólio para importar e exportar as mercadorias. Dessa forma eles fixavam os preços dos produtos no porto do Recife.

Entre esses produtos estava o açúcar, que os senhores de engenho que reclamavam dos preços baixos estabelecidos pelos portugueses no porto, enquanto revendiam por valores elevados na Europa.

Com a elevação do Recife a categoria de vila autônoma os ânimos se acirraram e os olindenses se armam e atacam os recifenses em 1710. Sob a liderança de Bernardo Vieira de Melo e Leonardo Bezerra Cavalvanti derruam o pelourinho, símbolo da autonomia política, recém instalado no Recife.

Em 1711 os recifenses revidam e causam muita destruição e prejuízo aos senhores de engenho. Para solucionar o conflito é nomeado um novo governador, Félix Machado, que apesar da promessa de anistia aos revoltosos manda prender os mesmos alegando uma nova conspiração.

A autonomia do Recife é ratificada pela coroa portuguesa, demonstrando seu apoio aos mascates e a perda do prestígio econômico e político da elite olindense, os senhores de engenho.


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quinta-feira, 28 de junho de 2018

Guerra dos Bárbaros

O conjunto de conflitos que ocorreram de 1650 a 1720 entre os índios e os portugueses no interior do nordeste é genericamente denominada de "Guerra dos Bárbaros".

O uso do termo para nomear esses conflitos é decorrente da documentação da época, entretanto não se pode qualificá-lo como um movimento indígena unificado, fruto da união dos índios contra o colonizador, tendo em vista os conflitos entre aldeias e os aliados portugueses.

Na expansão dos domínios portugueses para o interior ocorreram os maiores extermínios de índios no Brasil colonial, principalmente dos Tapuias. Algumas tribos foram dizimadas por completo, o extermínio não foi maior devido aos aldeamentos e a rendição dos sobreviventes e conseguente subjugação e aculturação dessa população.

Entre esse conjunto de conflitos que compunham a "Guerra dos Bárbaros" destaca-se a Guerra do Recôncavo e a Guerra do Açu.

A Guerra do Recôncavo foi o conflito que ocorreu entre 1651 e 1679 no interior da Bahia.  As tropas que lutaram em Guararapes(1648-49) foram convocadas para combater os índios que estavam em conflito com os fazendeiros no recôncavo baiano. Após muitos anos de conflito é solicitado aos bandeirantes paulistas ajuda para "apaziguar" a situação. A ação destes é decisiva para o massacre indígena e encerramento do conflito.

A Guerra do Açu foi o conflito que ocorreu entre 1680 e 1720 abrangendo os territórios do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Piauí. Novamente os índios aliados são convocados, bem como as tropas formadas por negros. Mas é determinante, novamente, para a vitória dos colonizadores a ação dos bandeirantes, especialmente a figura de Domingos Jorge Velho, experiente na captura de índios.

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quarta-feira, 27 de junho de 2018

Aula 9 - Resolução de questões PM AL 2018

Resolução de questões CESPE para o concurso da Polícia Militar de Alagoas 2018.
As questões abordam o governo Vargas, Jânio Quadros, João Goulart e a Ditadura Militar.
Com o comentário das questões.






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Insurreição Pernambucana

Esse conflito tem a duração de quase 10 anos. Iniciado em 1645 vai até 1654 quando os holandeses se rendem definitivamente.

Os holandeses invadiram Pernambuco em 1630 com a finalidade de dominarem a produção açucareira, tendo em vista ser esta capitania uma das mais prósperas da colônia portuguesa.

O tempo em que os holandeses dominaram o nordeste brasileiro(1630-1654) é marcado, principalmente, pela administração do conde Maurício de Nassau, que foi de 1637 a 1644. Com sua saída do governo a Junta Governativa que o substituiu passa a cobrar de forma rigorosa os empréstimos realizados aos senhores de engenho feitos por Nassau.

Batalha dos Guararapes por Victor Meireles

Os luso-brasileiros iniciam um movimento que sai do plano de conspiração para uma insurreição. Sendo o seu principal líder um dos maiores devedores da Companhia das Índias Ocidentais( Orgão do governo holandês), o senhor de engenho João Fernandes Vieira.

No Monte dos Guararapes, próximo a Recife, ocorreram dois conflitos que ficaram conhecidos por Batalhas dos Guararapes. O primeiro ocorreu em 1648 após a chegada dos reforços holandeses. Por meio de emboscados os batavos foram atraídos para uma passagem estrieta entre o morro e o mangue, onde foram derrotados. O segundo conflito ocorreu em 1649 quando os holandeses tentaram uma revanche, mas foram novamente derrotados.

Apesar de contar com maior número de soldados e melhores equipamentos de guerras os batavos não conseguiram vencer a guerra. Após as derrotas em Guararapes ficam praticamente confinados no Recife até a rendição final em 1654.


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quinta-feira, 21 de junho de 2018

História de Sergipe

História de Sergipe para concursos.

Questão comentada IBFC sobre a história de Sergipe do concurso do Corpo de Bombeiros Militar de Sergipe 2018.




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quarta-feira, 20 de junho de 2018

Pernambuco Pré-Colonial

Quando os portugueses chegaram ao território brasileiro, genericamente, encontravam-se dois troncos linguisticos indígenas: Tupi que habita o litoral e o , chamado de Tapuia, que habitava o interior.

Faziam usos de objetos cerâmicos para armazenar água, comida, cozinhar e alguns maiores para sepultamento. Praticavam a agricultura, com plantações princinpalmente de mandioca.

Organizavam-se socilamente divididos por idade e sexo: os homens eram responsáveis pela caça, pesca e principalmente pelo combate nas guerras. Enquanto as mulheres era responsáveis pela plantação, preparação dos alimentos e cuidar das crianças.

Dança dos Tapuias de Albert Eckhout


Quando os portugueses chegaram o litoral pernambucano era habitado pelos índios tabajaras, que se tornaram aliados, e os Caetés, que se tornaram inimigos. Estes últimos eram famosos pela sua bravura nas guerras e pelo canibalismo.

O interior era habitado por uma diversidade de etinias indígenas, mas são genericamente agrupados no tronco linguístico Jê e chamados de Tapuias. Os registros dessa população do interior são mais escassas e estes sofreram maior extermínio, principalmente com o avanço da pecuária.

Das tribos remanescentes em Pernambuco, destaca-se:
Fulni-ô em Aguas Belas;
Panakararu em Takaratu;
Truká na Ilha da Assunção em Cabrobó;
Xucuru na Serra de Ororubá em Pesqueira.


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terça-feira, 19 de junho de 2018

Pré-História de Pernambuco


Em Pernambuco é destaque o Vale do Catimbau, localizado nos municípios de Buíque, Sertânia, Ibimirim e Tupanatinga, sendo o segundo maior sítio arqueológico brasileiro.

Vale do Catimbau(PE)

Entre os 27 sítios arqueológicos dessa região, o de Alcobaça tem sido o mais relevante para os pesquisadores. Vários grupos teriam ocupado essa área ao longo de milhares de anos. Pinturas e gravuras são as marcas mais evidentes da presença humana.

Outro sítio arqueológico que se destaca em Pernambuco está localizado em Brejo da Madre de Deus, agreste pernambucano, no sítio Furnas do Estrago. Ele possui três momentos distintos de ocupação que remontam há mais de 10 mil anos. Em uma destas ocupações o local foi usado como cemitério, e diversos esqueletos bem preservados foram encontrados em bom estado de conservação. Além dos fósseis também diversos objetos foram localizados. Entre os sepultamentos encontrava-se um homem com uma flauta.



Pesquisas recentes catalogaram 353 sítios arqueológicos com pinturas e gravuras rupestres em Pernambuco. Boa parte localizada na região agreste.


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Para maiores detalhes sobre o Sítio Furnas do Estrago em Brejo da Madre de Deus:
Viviane Maria Cavalcanti de Castro. SÍTIO FURNA DO ESTRAGO, PE Práticas Funerárias e Marcadores de Identidades Coletivas. Revista Clio Arqueológica, Vol.33, N.2: Universida Federal de Pernambuco, 2018. (https://www3.ufpe.br/clioarq/images/documentos/V33N2-2018/artigo9v33n2.pdf )